K. é o protótipo de uma época histórica onde a os homens se debatem com um poder anônimo e que desfila em qualquer lugar. Penetra nas inter-relações humanas – na figura de Frieda e Amália, ambas com decisões distintas todavia provocadas e influenciadas diretamente pelo poder d’O Castelo. No íntimo de K. – em seus ciúmes doentios e sua frustração por essas duas figuras. Adentra ferozmente equânime na impossibilidade de se compreender as autoridades, não porque não há o que compreender; mas porque não há como compreender a ofensiva ininterrupta e inexorável do poder nas pessoas.
K. mostra o abuso de poder na existência própria do poder. Não como algo que lhe é estranho, mas constituinte, fundamento. K. ainda se faz ouvir porque a espera ainda existe. A K. não foi só impossibilitado uma permanência tranqüila na aldeia, mas também a formação de uma família, a manutenção de si num lugar fixo sem interferências. O desejo de K. para falar com Klamm hoje é bastante verossímil, mostra a impossibilidade da comunicação entre o poder e uma sociedade.
Como Olga lhe disse, ainda hoje perdura: lá no Castelo sempre se é observado, ao menos está é a crença que se tem.
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